
Foge pra camugerê
(Mestre Mão Branca, Capoeira Gerais)
Aidê era uma negra africana,
Tinha magia no seu cantar,
Tinha os olhos esverdeados,
E sabia como cozinhar.
Sinhozinho ficou encantado,
E com Aidê ele quis se casar.
Eu disse : Aidê, não se case,
Vai pro Quilombo pra se libertar.
Aidê!
Foge pra Camugerê
No Quilombo de Camugere,
A liberdade Aidê encontrou.
Juntou-se aos negros irmãos,
Descobriu um grande amor.
Hoje Aidê canta sorrindo,
Ela fala com muito louvor :
Liberdade não tem preço,
O negro sabe quem te libertou.
Aidê!
Foge pra Camugerê
Sinhozinho que disse então,
Com o Quilombo eu vou acabar,
Se Aidê não se casa comigo,
Com ninguém ela pode casar.
Aidê!
Foge pra Camugerê
Chegando em Camugere,
Sinhozinho se surpreendeu,
O negro mostrou uma arma,
Que na senzala se desenvolveu.
O negro venceu a batalha,
E no Quilombo Sinhozinho morreu.
Aidê!
Foge pra Camugerê